The 4400 – Welcome to Promise City (Capítulo 3 traduzido)

Publicado: 2 de janeiro de 2010 em The 4400

Aí vai o terceiro capítulo traduzido. Para quem ainda não leu os outros…

Capítulo 1: https://brenooficial.wordpress.com/2009/12/18/the-4400-welcome-to-promise-city-capitulo-1-traduzido/

Capítulo 2: https://brenooficial.wordpress.com/2009/12/26/the-4400-welcome-to-promise-city-capitulo-2-traduzido/

Comentem, pessoal! Enquanto tiver comentários, eu vou postando mais capítulos! xD

TRÊS 

O prisioneiro geme no chão da cela. Sangue escorre de um lábio inchado. Ele segura o lado da cabeça. Um guarda robusto se posta sobre o prisioneiro. Ele zomba do homem no chão, então chuta fortemente suas costelas.

            — Gosta disso, aberração idiota? — berra ele.

            Outro guarda aparece do lado de fora da cela. Ninguém percebe a garotinha pálida assistindo de um canto. Seus olhos arregalados de horror.

            O prisioneiro, um negro usando um macacão laranja, tenta se pôr de pé, mas o guarda grande dá um soco em seu rosto. Ele o golpeia nas costas com um cassetete de metal, nocauteando-o de barriga para baixo no duro chão de concreto.

            — Esperem! — a garota grita, mas ninguém a escuta. Ela é só uma observadora aqui. Como um fantasma.

            O guarda saca uma arma de um coldre. Ele mira o prisioneiro indefeso.

            — Hora de dizer adeus, Tyler.

            — Pare! — a garota grita. — Você vai matá-lo!

            Maia Skouris acordou subitamente. Desorientada pelo pesadelo, demorou um pouco para que a adolescente percebesse que estava a salvo em sua cama. Seus grandes olhos castanhos absorveram o cenário familiar. Seu cabelo liso e loiro estava partido ao meio. Um pôster de Frank Sinatra estava pregado a uma parede. Roupas sujas se espalhavam pelo chão. Livros didáticos e lições de casa estavam empilhados sobre uma mesa, ao lado do globo mundial. Seu diário descansava em uma mesinha de canto ao lado de sua cama. A luz da lua era filtrada através das cortinas na janela. Um relógio digital a informava que eram 03h20min da manhã.

            Meu Deus, ela pensou. Parecia tão real.

            — Maia? Você está bem? — A porta do quarto se abriu e sua mãe entrou apressada. Diana Skouris ligou as luzes quando entrou. Seus cabelos castanho-avermelhados estavam desalinhados por causa da cama. Uma camisola azul de algodão cobria seu corpo atlético. — Eu a ouvi chorando.

            — Está tudo bem, mãe — respondeu Maia, embaraçada com a confusão. — Só um pesadelo.

            Diana sentou na ponta da cama. Olhos castanhos preocupados examinaram o rosto da filha.

            — Só um sonho comum… Ou uma visão?

            Maia sabia o que sua mãe queria dizer. Desde que ela voltara com o resto dos 4400 há cinco anos, havia sido abençoada—ou amaldiçoada—com ocasionais relances do futuro. Às vezes as visões a pegavam quando ela estava acordada; outras vezes vinham em forma de vívidos sonhos perturbadores. Mas elas sempre se realizavam.

            — É o Richard — ela disse. — Richard Tyler. — Assim como ela, Tyler era um dos 4400 originais. Da última vez que ela ouvira, ele havia sido preso pelo governo. — Eu o vi na prisão. Um dos guardas estava tentando matá-lo.

            — Ah, não — murmurou Diana. Ela não questionava as visões de Maia. Experiências passadas ensinaram as duas a levar as predições da garota a sério. — Dava para ver quando isso vai acontecer?

            — Não tenho certeza. — Maia admitiu. — Em breve, talvez. — Ela esperava que não fosse tarde demais. — Temos que salvá-lo!

            Sua mãe franziu o rosto.

            — Pode ser mais difícil do que parece. Vou avisar na NTAC agora mesmo, mas a Homeland Security o tem numa prisão de alta segurança em Virginia. Isso está longe de minha jurisdição. Para falar a verdade, não temos acesso ao Richard há meses.

            Maia frustrou-se com a resposta da mãe. O que havia de bom em ter uma agente da NTAC como mãe se ela não podia usar seu distintivo para salvar a vida de um homem? Maia não conhecia Richard muito bem, além do fato de que sua filha maluca uma vez tentara matá-la, mas os 4400 tinham que zelar um pelo outro. Era isso o que Jordan sempre dizia, e Maia achava que concordava com ele cada vez mais à medida que ficava mais velha. Mesmo que sua mãe ainda tinha dúvidas com relação a Jordan.

            — Mas, mãe, você tem que tirá-lo da cadeia. Ele não está a salvo lá!

            — Queria que fosse fácil assim, querida. — Ela fechou sua camisola. — Mas, goste ou não, Richard atacou soldados americanos e agentes da NTAC no passado, então o governo o tem como um terrorista perigoso. Eu vou passar o seu aviso para agências relevantes, mas ainda acredito que está fora do meu alcance.

            Diana tentou dar à sua filha um abraço reconfortante, mas Maia se afastou dela.

            — Jordan não desistiria assim do Richard — disse ela, mal-humorada.

            — Não estou desistindo dele. — Sua mãe protestou. Um tom de exasperação saiu em sua voz. — E nem pense em contar ao Jordan sobre sua visão. Já conversamos sobre isso antes. Não quero que se envolva com Collier e seu culto. É perigoso demais.

            Maia fez uma careta e cruzou os braços sobre o peito. Por que sua mãe não entendia que Jordan Collier estava certo sobre os 4400 e os outros positivos? Nós temos que mudar o mundo para melhor. Por isso estamos aqui.

            — Não sou mais uma garotinha — disse ela, desafiadoramente. — Posso tomar minhas próprias decisões.

            Diana balançou a cabeça.

            — Não sobre isso. Isso é assunto sério de gente grande.

            — Na verdade, eu sou mais velha que você — assinalou Maia. —, se você olhar no calendário.

            Nascida em 1938, Maia fora abduzida pelo futuro quando tinha oito anos de idade, então voltara com o resto dos 4400 em 2004. Tecnicamente, isso a fazia velha o suficiente para a Segurança Social, mesmo que não tivesse envelhecido um dia enquanto estava sumida.

            — Não faça isso comigo — disse Diana. Ela adotara a garota órfã pouco depois de seu retorno. — Emocional e fisicamente, você ainda tem treze anos. E isso é muito jovem para se envolver em coisas como essa.

            — Mas já estou envolvida — argumentou Maia. — Sou uma dos 4400 e não posso ignorar o que vejo.

            — Eu sei — disse sua mãe, tristemente. Sua voz e expressão suavizaram. — Olhe, não quero brigar por causa de Jordan Collier de novo. — Ela se levantou e esfregou os olhos. — Prometo que farei o que puder sobre o Richard, mas devíamos tentar voltar a dormir. Amanhã tem aula.

            Se inclinando, ela deitou Maia e a beijou no topo de sua cabeça.

            — Te vejo de manhã. Bons sonhos.

            Ela apagou as luzes enquanto saía.

            Maia esperou até ouvir sua mãe entrando no seu próprio quarto, então contou até cem só por segurança. Assumindo que a mulher estava dormindo, ela saiu da cama e pegou seu BlackBerry de cima da cômoda. Sentiu uma pontada de culpa por se esconder assim—o smartphone rosa choque fora um presente de sua mãe—, mas a vida de Richard estava em jogo.

            O brilho da tela BlackBerry iluminou seu rosto preocupado enquanto ela mandava uma mensagem de texto apressada para sua melhor amiga, Lindsey Howard. Também uma dos 4400, Lindsey havia se envolvido com o Movimento desde o começo. Maia sabia que podia contar com ela para passar a mensagem a Jordan Collier.

            Alguém tinha que fazer algo para ajudar Richard!

 

            O Centro 4400 fora criado por Jordan Collier antes que ele se tornasse um revolucionário em seu próprio estilo e um messias. O Centro agora era comandado pelo sobrinho de Tom, Shawn Farrel. Um dos 4400 originais, ele ficou sumido por três anos antes de retornar.

            — Olá, Diana. Tio Tommy. — Shawn cumprimentou os dois agentes quando eles entraram no seu enorme escritório, que fazia o escritório de Tom na sede parecer um guarda-roupa. Um jovem atraente na casa dos vinte anos, Shawn estava usando um terno Armani costurado que ficava bem na sua silhueta bem construída. Seu curto cabelo loiro estava impecavelmente aparado. Tom tinha orgulho do homem confiante e de atitude que ele se tornara. Não podia evitar desejar que Kyle tivesse se tornado um pouco mais parecido com seu primo. Embora Shawn houvesse brevemente caído sob o feitiço de Collier, ele era um homem independente agora.

            — É bom ver você — disse Tom. Embora eles estivessem ali a trabalho, ele abraçou seu sobrinho amigavelmente. Shawn havia perdido a mãe e o irmão para a praga, então Tom queria que o jovem soubesse que ele não estava sozinho, que ele ainda tinha uma família que se importava com ele. — Obrigado por nos colocar na sua agenda.

            Shawn riu ironicamente.

            — Acredite, não é mais tão difícil quanto antes. Agora que minha carreira política se encerrou, eu tenho muito mais tempo sobrando.

            Aposto que sim, Tom pensou. 50/50 havia acabado com o cargo de Shawn na assembleia da cidade. A cidade estava muito dividida entre positivos e negativos para apoiar um candidato que tentava unir os dois lados, sem contar que ele era o irmão do homem que desencadeara a praga, para começo de conversa.

            — Pelo menos ainda tem o Centro — disse Tom.

            — Acho que sim. — Shawn apontou para uma caixa vazia. — Embora seja no Movimento de Jordan que a ação está, nós providenciamos ajuda e serviços para os positivos que se sentem inconfortáveis com os planos radicais de Jordan. A maioria é pessoas que se infectaram durante o surto, mas, para ser honesto, parece não haver muita audiência como antes. Não tenho certeza se o Centro ainda é influente hoje em dia.

            — Não desanime — disse Diana. Seu cabelo castanho-avermelhado estava preso num rabo-de-cavalo. Ela vestia um colete de couro preto sobre uma blusa laranja de gola alta. — Você é a principal cara dos 4400, e uma alternativa sã para Jordan Collier. Isso é mais importante do que nunca.

            — Talvez. — Shawn não parecia convencido. — Sobretudo, estive me concentrando em praticar minha cura, que o Jordan só tolera porque é bom para os 4400.

            — Isso é importante, também — lembrou-o Tom. A notável habilidade do sobrinho de curar todos os tipos de ferimentos e doenças salvara muitas pessoas, incluindo o próprio Tom. Shawn desempenhara um importante papel ao libertar Tom dos Marcados. E havia acordado Kyle de um coma aparentemente sem fim. — Nunca se esqueça disso.

            O sorriso de Tom retornou.

            — Obrigado pela confiança. Eu aprecio isso. — Ele sentou atrás de sua mesa organizada. Uma pintura a óleo na parede atrás dele retratava a brilhante bola de luza branca que trouxera os 4400 do futuro. — Como posso ajudá-los hoje?

            Tom hesitou. Isso ia ser embaraçoso.

            — Danny — disse ele, por fim.

            — Danny? — Uma expressão de dor trespassou o rosto de Shawn. Ele fora obrigado tirar as forças do irmão para impedir que a praga se espalhasse. Tom podia imaginar como isso fora difícil para ele. — O que tem ele?

            Diana poupou Tom de ter que soltar tudo de uma vez.

            — Gostaríamos de sua permissão para exumar o corpo de Danny.

            — O quê? — Shawn ficara visivelmente chocado com o pedido. — Por quê?

            — Temos razões para suspeitar de que alguém possa tentar replicar uma versão da promicina transportada pelo ar que Danny soltou depois que tomou a dose — explicou Tom. Ele não mencionou que Ryland era a fonte de tal rumor; Shawn não tinha razões para confiar num homem que tentara matá-lo. — Pode não ser nada, mas temos que nos certificarmos.

            Shawn afundou-se nas costas de sua cadeira.

            — Não sei — ele disse. Olhos sofridos e úmidos brilharam. Sua voz ficou rouca de emoção. — Não podemos simplesmente deixá-lo descansar em paz, ao lado da mamãe?

            Danny fora enterrado no Cemitério Emerald Harbors, ao lado da irmã de Tom.

            — Queria que pudéssemos — disse Tom. Ele sentia-se péssimo por envolver Shawn nisso logo depois de ele ter perdido sua família. — De verdade. — Se necessário, eles podiam conseguir um mandato para exumar o corpo, mas ele preferia o consentimento de Shawn ao invés disso. Além do que, qualquer procedimento legal com certeza alertaria Collier de suas intenções; muitos dos juízes e advogados de Seattle se reportavam diretamente com ele. Tom tirou um documento de dentro de sua jaqueta e o arrastou pela mesa na direção de Shawn. — Mas não podemos correr o risco. Ninguém quer outro 50/50.

            Shawn balançou a cabeça, aceitando a verdade relutantemente. Procurou por uma caneta.

 

            Diana saiu do escritório para deixar Tom consolar seu sobrinho a sós. Ela sabia como a discussão fora difícil para os dois, mas estava aliviada por terem conseguido o consentimento de Shawn para a exumação. Antes de entrar para a NTAC, ela trabalhara por pouco tempo no Centro de Controle de Doenças em Atlanta; se fosse por ela, os restos mortais de Danny teriam sido cremados imediatamente após sua morte, mas, no caos que se seguiu ao desastre, isso não aconteceu.

            Espero que não tenha sido um grande erro, ela pensou.

            Enquanto seu parceiro estava ocupado com Shawn, ela foi atrás de outra ponta solta. Uma breve caminhada a levou até a enfermaria do Centro, onde ela encontrou o Dr. Kevin Burkhoff trabalhando arduamente num laboratório interligado. O cientista renegado estava agachado sobre um microscópio quando ela entrou no laboratório. Concentrado na sua tarefa, ele não ouviu quando ela se postou atrás dele. Um saco aberto contendo sementes de girassóis descansava no balcão ao lado do microscópio. Escâneres de cérebros estavam pendurados em um quadro brilhante. Um zumbido de centrifugação ao fundo. Um cheiro de medicina permeava o ar.

            — Dr. Burkhoff? Kevin?

            Assustado e surpreso, ele virou-se. Nesse momento, cortou o dedo na ponta de um tubo de ensaio. Uma linha vermelha apareceu brevemente no dedo machucado, então foi refreada por sua habilidade de cura acelerada e voltou para dentro.  Sua expressão alarmada relaxou quando ele reconheceu a visitante.

            — Oh, Diana! — Ele apertou o peito, onde o coração devia estar batendo rápido. Secou o sangue no balcão. — Não te ouvi entrando. Me deu um belo susto.

            Quando Diana encontrara Kevin pela primeira vez há três anos, ele estava confinado em um hospício. Embora tivesse recuperado sua sanidade com a ajuda dos 4400, ele continuava sendo agitado e cheio de energia. Seu fino cabelo liso e negro estava precisando ser penteado. Uma franja oleosa caía por sua testa enrugada. Queimaduras de ácido estragavam seu jaleco branco de laboratório. Reagentes químicos manchavam as pontas de seus dedos.

            — Sinto muito. — Ela apontou para o microscópio. — Alguma coisa interessante?

            Ele olhou em volta furtivamente, como se tivesse medo de ser ouvido.

            — Não diga a ninguém — disse. —, mas estou tentando aperfeiçoar o meu teste de compatibilidade à promicina.

            — Certo. — Diana lembrava-se de Shawn apoiando as tentativas de Burkhoff de tornar a dose de promicina menos perigosa e fatal, a ideia de desenvolver um teste que determinaria com antecedência se a promicina daria ou não uma habilidade a quem tomasse. Antes do 50/50, Shawn alertara o público para parar de tomar a promicina até que o teste estivesse pronto, mas Diana não ouvira mais nada sobre o teste desde então. — Como está indo?

            Burkhoff afastou as sementes de girassóis do balcão; lanchinhos sem sal eram seu vício.

            — Está indo, mas poderia ter progredido muito mais se tivesse suporte das autoridades. Nem Collier e nem o governo quer que eu continue meu trabalho, por suas próprias razões, e sei que eles têm pressionado Shawn para me fazer desistir. — Ele despejou várias sementes em sua palma. — Eu tenho que ficar me ocultando durante a noite como um ladrão para que possa fazer meu trabalho.

            — Isso é ruim — disse Diana, entendendo a frustração do cientista. Ela não se surpreendera ao ouvir que seu trabalho não agradava a todos. Certamente, o governo não ficaria feliz com qualquer teste que tiraria o risco de tomar promicina; isso só traria mais positivos à ativa. Collier, no entanto, queria que o mundo todo tomasse a dose; ele queria o sacrifício de metade da humanidade no altar do seu novo bravo mundo. — Imagino se o teste tornaria a decisão mais fácil para as pessoas. Mesmo se soubesse que sobreviveria, você não saberia que habilidade iria ganhar. E, francamente, algumas delas não são muito bonitas.

            Diana estivera lidando com positivos há anos, e vira como ganhar uma habilidade podia destruir a vida de uma pessoa. Para cada indivíduo que adquiria um novo bom talento, como a habilidade de curar os doentes, havia alguém como Danny Farrel que era amaldiçoado com uma aflição que fugia ao seu controle. Ou Jean Delynn Baker, que havia se tornado involuntariamente o receptáculo de um vírus mortal como o Ebola. Enquanto isso acontecia, Diana tinha uma imunidade à promicina, mas ela não sabia se tomaria uma dose mesmo que isso fosse uma opção. E se eu acabar como Danny ou qualquer um dos outros?

            — Bem pensado. — Burkhoff concedeu. — Mas muitas pessoas estão se arriscando todo dia. E muitas delas estão morrendo porque meu trabalho está sendo suprimido!

            — Kevin? — chamou uma voz da enfermaria. — Está tudo bem?

            Uma jovem magra adentrou o laboratório. Olhos castanhos obcecados davam graça às suas feições delicadas. Cabelos ondulados de um castanho-claro caíam pelos seus ombros. Uma blusa de caxemira e uma saia de tamanho médio a davam uma aparência sem época definida. Demorou um momento para que ela percebesse que Burkhoff não estava sozinho. Um olhar preocupado surgiu em sua cara de duende.

            — Diana?

            — Olá, Tess — disse Diana, firmemente. Ela tentou conciliar seu desconforto com a presença da outra mulher. Uma dos 4400 originais, Tess Doerner possuía a inquietante habilidade de forçar as pessoas a fazerem o que ela pedisse. A própria Diana fora controlada por ela anteriormente. Não era uma experiência que ela queria reviver tão cedo. — Kevin e eu estávamos apenas conversando.

            Suas palavras pareceram não convencer Tess, que se postou protetoramente entre Diana e Burkhoff. O cientista de meia-idade e a mulher muito mais jovem eram um casal estranho, que haviam se conhecido quando eram pacientes no Hospital Psiquiátrico Abendson, mas eram inquestionavelmente devotados um ao outro. Diana não duvidava que Tess faria qualquer coisa para defender Kevin da NTAC ou de qualquer outra pessoa que quisesse tirar vantagem de sua inteligência.

            — O que está fazendo aqui, Diana?

            A agente foi direto ao assunto.

            — Você cuidou de Danny Farrel nos seus últimos momentos. Quero saber o que aconteceu a qualquer amostra de sangue ou de tecido que você tirou dele.

            Burkhoff desviou o olhar dela. Agitou-se nervosamente com seu saco de sementes.

            — Shawn pediu-me para destruir todas as amostras depois que Danny morreu.

            Diana conhecia o cientista muito bem para acreditar nisso. Burkhoff nunca deixara algo atrapalhar sua curiosidade científica.

            — Sim, mas o que você realmente fez com elas?

            — Não sei o que quer dizer — fingiu. Dando as costas a ela, ele voltou-se ao microscópio outra vez. — Já não respondi a sua pergunta?

            — Deixa disso, Kevin — ela o pressionou. — Você descobriu a promicina. Quer mesmo que eu acredite que você não ficou intrigado por um espécime que transpirava a coisa pelos poros?

            Burkhoff suspirou e deu as costas ao balcão.

            — Bem, posso ter ficado com algumas amostras para pesquisa, mas elas estão perfeitamente e segurança.  Segui cada protocolo para guardá-las.

            Agora estamos chegando a alguma coisa, Diana pensou.

            — Preciso ver com meus próprios olhos.

            — Certo — concordou ele. — Siga-me.

            Tess foi atrás quando ele levou Diana na direção de uma porta metálica fechada com um aviso. Uma placa de risco biológico estava afixada nela. Um teclado estava posicionado acima da maçaneta. Burkhoff tampou o teclado com seu corpo enquanto digitava um sequência de quinze dígitos.

            — Sou a única pessoa que conhece a combinação — ele insistiu. —, ou que pode lembrar-se dela. Nem mesmo Tess conhece.

            A não ser que ela peça, pensou Diana. A controladora de mentes estava parada perto quando Burkhoff abriu a porta. Uma lufada de ar gelado saiu pela câmara refrigerada quando o tranca da porta se abriu. Passando pela soleira, Diana avistou um gabinete biológico Classe Três implantado no fundo da limitada sala de contenção. Um ventilador cantarolava no topo da sala de aço impecável. Filtros HEPA mantinham qualquer bactéria ou vírus do lado de fora. Luvas de borracha penduradas em ganchos permitiam a manipulação dos materiais fechados. Uma pequena camada de gelo cobria a vista transparente da janela.

            — Vê? — disse Burkhoff, defensivamente. — Tomei toda precaução razoável.

            Até aqui tudo bem, Diana admitiu, convencida pela vista do equipamento. Burkhoff parecia não ter economizado dinheiro para proteger as amostras. Devíamos confiscá-la de qualquer jeito. As amostras precisavam ficar sob os cuidados de autoridades responsáveis, não alguém tão excêntrico como Kevin Burkhoff, que tinha boas intenções, mas geralmente deixava sua paixão pela ciência interferir na sua sanidade, como na vez em que usara Diana como cobaia contra sua vontade.

            Ela estava imaginando como ia pegar as amostras de Kevin, apesar da habilidade de Tess, quando ele deu um passo à frente para limpar o gelo da janela. Talvez devêssemos voltar quando Tess não estiver por perto.

            Um grito assustado escapou dos lábios de Kevin.

            — Não! — sobressaltou-se ele, praticamente apertando o nariz contra o vidro. — Não é possível!

            Diana ficou tensa, alarmada pelo som ansioso de sua voz.

            — O que foi?

            Ele se virou para encará-la. A expressão arrasada no seu rosto era a última coisa que ela queria ver. Ele estava pálido como um fantasma.

            — As amostras — proferiu ele. — Elas sumiram!

 

comentários
  1. alan disse:

    cara, valeu mesmo! Se precisar de ajuda pra traduzir, estamos à disposição! xD

  2. guilherme disse:

    Cada vez fico mais surpreso nossa não vejo a hora de ler o proximo capitulo!

  3. guilherme disse:

    São tantas perguntas não me aguento de curiosidade!

  4. giulia disse:

    D+ so estou espera das respostas que tanto anseio

    bjs! a tradução ta um máximo!

  5. giulia disse:

    Será que a cassie a habilidade do kyle aparece no livro?

  6. guilherme disse:

    Nossa a cada coisa que sei fico mais empolgado!

    e a alana?

  7. Ribeiro disse:

    Massa \o/ continue traduzindo please *-*

  8. Rafa disse:

    cara mtu bom isso, acabei de assistir a serie e puts nao tem final ahusahushuashau so azarado mesmo

    continua traduzindo quando puder blz
    fuiz

  9. Rodolfo disse:

    Brigadão cara

  10. giulia disse:

    Na espera!

    cada vez mais ansiosa!

  11. Vitor disse:

    Hehehe… só porque falei ao fim do cap. 2 – ai reaparece o Richard.
    Também me ponho a disposição caso necessite de ajuda com a tradução.

    Valeu.

  12. guilherme disse:

    Capitulo 4 por favor!

    quero saber o q acontece ja to vendo a 3 temporada pela 3ª vez!

  13. giulia disse:

    Guilherme tbem to super ansiosa mas o vinicius deve ter as coisas dele pra fazer

    nossa como gostaria de saber bem em inglês!

    pra mim ta sendo como se tivesse aguardando uma nova temporada

    ANSIOSA! uhuuulllll!!!!!!!!!!!

    continue vinicius please!

  14. brenooficial disse:

    Calma, gente.
    Já terminei o capítulo 4, só falta revisar… Eu posto um capítulo por semana, geralmente no sábado… Então amanhã sairá um novo capítulo!
    =D

  15. Hack disse:

    Novamente uma bela tradução!
    A história, como sempre, intrigante.
    Logo lerei o quarto capítulo e os outros conforme postados!
    ;D

  16. Arielton C. disse:

    Aaaaaaaaaaaaaa, cara, muito bom!
    Sensacionall, posta os outros \o/

  17. Jonas disse:

    Muito bom!
    Era previsto que as amostras iam ser roubadas lol

    Belo trabalho, continue a tradução!

  18. Stan FERNANDES disse:

    adorando!!

  19. Gabriel disse:

    Muito top. Cada vez melhor

  20. Dark Time disse:

    O Dr Burkhoff não muda mesmo…ciência sempre em primeiro lugar…mas desta vez deu para o torto. Será Collier ou o Governo por detrás disto? Há uma pequena hipótese de serem os marcados…penso. Collier seria muito óbvio.

    Gostei do regresso de Richard! Ou quase regresso… as peças estão-se juntando todas, é só esperar para ver o que vai acontecer…

  21. mariana disse:

    cadê as amoostras ?

  22. Leslye disse:

    😀 Aimmm que máximoo… virei sua fã! 🙂

  23. Luiz disse:

    Putz…. Sumiram… E agora?

  24. alex disse:

    excelente, temos que passar esse blog pra muita gente!!

  25. Cris disse:

    Nossa fantástico , ansiosa pelo próximo capitulo

  26. Rita C F Pereira disse:

    Excelente. Muito obrigada.

  27. Mnks disse:

    Obrigado pelo empenho, e pela gentileza de compartilhar conosco!!! em fim vamos salvar a série
    rs

  28. All disse:

    Muito Bom! Parabéns pela iniciativa e tradução!

  29. Natalie disse:

    Obrigada!!!

  30. jessica disse:

    nem acredito

  31. Audra Liz disse:

    Muito bom! Não consigo parar de ler….

  32. Myrna disse:

    Caraca, é muita adrenalina…

  33. Frederico disse:

    Seriado fantástico…. Pessoal do serviço tudo assiste eh uma pena que tenha sido cancelado…

  34. joana darc de souza disse:

    estou adorando, obrigada

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